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terça-feira, 3 de maio de 2011

Espelho, Espelho meu


Ninguém encontrou até hoje a fórmula correta para o amor-próprio - até onde é aceitável ou exagerado, não se sabe. A autoestima não se limita somente à cirurgia plástica, salão de cabeleireiro ou shopping, ela vai além destas expectativas. Uma pessoa fora dos padrões já estereotipados pode muito bem ter uma estima em 100%, e outra dentro do que chamamos por modelo, ser totalmente carente do maior desejo moderno. 

Os países desenvolvidos sofrem com o advento do fast-food, que por sua vez, traz a problemática da obesidade. Vale ressaltar que ainda nessa sociedade - dita superior - também encontramos pessoas fixadas na magreza das passarelas. Sem nenhum caráter prioritário, as duas opções são inteiramente incorretas pelo viés da saúde. Em nossas vidas, as polaridades são sempre  trágicas, quando sem tratamento. Os países subdsenvolvidos ou em crescimento nem entram, na maioria das vezes, nesta estatística - puro preconceito.

"O amor-próprio é um balão cheio de vento, do qual saem tempestades quando o picam" - é o que diz o filósofo iluminista francês, Voltaire. De fato, quando desmesurado, o exagero é uma cólera que atinge a todos. O nosso peito é o balão, - inchado, prepotente, pomposo - que vem como um tsunami alcançando objetivos e destruindo os sonhos do alheio. Ao ganhar espaço, momento e terreno, simplesmente reduz tudo a um só ponto; o que é um lamento.

Espelho, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu? Quiçá não exista o competidor. A fúria é imensa quando a estima é decapitada do dia a dia, ao perceber que o mundo é cheio de variedades, recheado de melhores e piores. 

O fio da meada é tecer a vida com doses de estima, e pitadas generosas de bom senso; para que no final a possibilidade de ser feliz chegue a todos nós com a mesma força, mesmo que fraca. A sociedade necessita de humildade, de beleza interior e de saúde; e expressamente necessário que isso seja feito se destruir o que se entende por caráter humano. 

Seres humanos são tênues como o látex do balão de gás. Cuide-o, pois qualquer vento fraco o leva, qualquer toque bobo o estoura, qualquer falta de ação o faz cair. Infle-o, mas com todo o cuidado. 

Viva e aceite-se como Deus o criou. Mude, mas comece devagar.